Uma serpente com as cores do arco-íris na cabeça ou uma lagartixa com chifres parecida a um dragão, são duas das 163 novas espécies descobertas, em 2015, na região do Mekong – rio localizado no sudeste asiático -, informou esta segunda-feira o Fórum Mundial para a Natureza (WWF na sigla em inglês) e noticiou o Ambiente Brasil.
As novas espécies, descritas pela primeira vez pelos cientistas, incluem 9 anfíbios, 11 peixes, 14 répteis, 126 plantas e 3 mamíferos, os quais foram encontrados em zonas remotas desta região que se estende pela China, Mianmar, Laos, Tailândia, Cambodja e Vietname.
Os resultados, publicados no novo relatório, incluem ainda outras espécies, como uma banana de flor vermelha, descoberta a norte da Tailândia, uma rã de olhos alaranjados, encontrada no Cambodja e no Vietname e ainda, uma lagartixa de pele azul, vista em Laos.
A Grande Mekong, que segue o curso do rio desde o planalto tibetano através do Sudeste Asiático, é uma das regiões com maior biodiversidade do mundo, mas também uma das mais ameaçadas por vários projetos de desenvolvimento e pela caça ilegal. Em comunicado, a WWF alertou que a zona está sob “uma pressão sem precedentes” de desenvolvimento, o que ameaça a sobrevivência dos espaços naturais que são únicos.
“A região Grande Mekong é um imã para os cientistas conservantistas de todo o mundo pela incrível diversidade de espécies que têm vindo a ser descobertas”, disse o diretor do programa de fauna selvagem da WWF para a região, Jimmy Borah.
“Os cientistas encontram-se numa corrida contra o relógio para garantir que estas novas espécies descobertas possam ser protegidas e salvas”, acrescentou Borah.
Noutro relatório publicado este ano, a organização indicou que, em 2020, a população global de peixes, pássaros, mamíferos, anfíbios e répteis poderia ter se reduzido em dois terços nos últimos 50 anos.
Segundo a WWF, uma das principais ameaças na região do Mekong é a construção de represas na bacia do rio, incluindo a de Don Sahong, em Laos, que ameaça espécies icónicas como o golfinho de Irrawaddy, que está em vários pontos do rio no Cambodja.
Outros riscos são, segundo a organização, projetos de mineração no nordeste do Cambodja, o intenso desmatamento e caça ilegal na cordilheira das Anamitas, entre Laos e Vietname, e a construção de estradas nos espaços naturais entre Mianmar e Tailândia.
Entre 1997 e 2015, os cientistas encontraram 2.409 novas espécies na região do Mekong, que foram incluídas em um inventário que incluía 430 mamíferos, 800 répteis e anfíbios, 1.200 pássaros, 1.100 peixes e 20 mil plantas.