15 milhões para três países europeus aumentarem a inteligência das redes elétricas
São 15 milhões de euros que vão ser disponibilizados até 2020 para que três países europeus possam aumentar a inteligência das suas redes elétricas. Nesse sentido, são mais de 50 as pessoas, pertencentes a 14 instituições de oito países europeus, que estão a trabalhar neste projeto, que é financiado pela Comissão Europeia em 11,3 milhões de euros e que vai instalar cinco demonstradores de redes elétricas inteligentes – três em Portugal, um na Suécia e um na Eslovénia.
Os parceiros portugueses do projeto InteGrid são quatro: EDP Distribuição (coordenador do projeto), Águas de Portugal, New R&D – Centre for New Energy Technologies e INESC TEC – Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores, Tecnologia e Ciência (coordenador técnico).
Em Portugal a demonstração do projeto vai abranger uma área no centro do país, desde o Alentejo ao Oeste, passando por Lisboa, e vai integrar quer consumidores residenciais quer industriais. O projeto InteGrid tem como objetivo principal testar no terreno soluções inovadoras de redes elétricas inteligentes em três pilares: flexibilidade do consumo de energia elétrica para consumidores domésticos e industriais, sistemas de armazenamento de energia e previsões de produção de energias renováveis e consumo. No caso específico do consumo doméstico vai ser desenvolvida uma tecnologia para que os consumidores possam gerir de forma inteligente o consumo de energia elétrica.
“Um dos benefícios diretos é para os consumidores domésticos, que vão poder ter acesso a mais informação sobre o seu comportamento enquanto consumidores e vão dispor de ferramentas que lhes permitem melhorar a sua eficiência energética e interagir de forma mais ativa. A solução que estamos a desenvolver integra conceitos de comunidade/rede social e outras tecnologias, tais como a produção de base fotovoltaica e armazenamento local”, explica Pedro Godinho Matos, coordenador do InteGrid e consultor na EDP Distribuição, citado em comunicado.
Mas os consumidores industriais também vão ter benefícios diretos, uma vez que vão poder ter acesso a ferramentas e sistemas que lhes permitem disponibilizar a sua flexibilidade de consumo aos operadores de redes do setor elétrico (REN e EDP Distribuição), estando previsto no projeto um estudo que irá detalhar os benefícios associados, que poderão passar pela prestação de serviços ao sistema elétrico.
“No projeto vão ser demonstradas em ambiente real técnicas avançadas de análise de dados para otimizar os consumos de energia elétrica de diferentes processos e de metodologias para quantificação da flexibilidade dos processos industriais”, revela Ricardo Bessa, coordenador técnico do projeto e investigador do Centro de Sistemas de Energia do INESC TEC.
Os dois outros demonstradores de redes elétricas inteligentes vão ser instalados em Estocolmo (Suécia) e vão abranger consumidores residenciais e em Liubliana (Eslovénia) e vão abranger consumidores domésticos e edifícios.
O InteGrid é coordenado pela EDP Distribuição (Portugal), e conta com a participação do INESC TEC, Águas de Portugal e New R&D – Centre for New Energy Tecnologies, em Portugal, Austrian Institute of Technology GmbH e cyberGRID GmbH & Co., na Áustria, Elektro Ljubljana, na Eslovénia, GE Grid Solutions, no Reino Unido, DNV GL Netherlands, na Holanda, KTH – Royal Institute of Technology, SIMAM – LocalLife e Ellevio, na Suécia, IIT Institute for Research in Technology, Comillas University, em Espanha e SAP SE, na Alemanha.
Iniciado em janeiro de 2017, o InteGrid decorre até 30 de junho de 2020. O projeto InteGrid é financiado pelo programa de financiamento H2020 da União Europeia em investigação e inovação com o acordo nº 731218.