A população de Outeiro, no concelho de Bragança, anda inconformada com a falta de água, devido à seca e ao aumento dos consumos, avança o Jornal de Notícias. Para além de Outeiro, há mais 14 aldeias no concelho de Bragança que, por estes dias, só tem os depósitos públicos cheios porque os gastos são repostos pelos bombeiros.
O comandante da corporação de voluntários, José Fernandes, refere que, este ano, começaram a transportar água “mais cedo e em maior quantidade”. “Estamos a usar quatro camiões-cisterna, com uma capacidade de transporte de 120 mil litros. Se a água não falhar na rede pública, tambem não faltará nas aldeias”, assegura.
A situação só não é pior porque quase todos os dias os bombeiros transportam água para Outeiro e enchem o depósito que abastece a rede pública. “Se eles não viessem já não havia água nenhuma”, disse Ana Rita, habitante de Outeiro.
Nas localidades, a população lamenta que todos os verões o problema se mantenha. “Temos rios limpos que podiam ser aproveitados, mas ninguém faz nada para resolver isto”, afirma Mário Rodrigues, um residente. “Seca ou excesso de consumo, tudo ajuda para faltar a água”, destaca.
A história repete-se em Paradinha, Quintela de Lampaças, Quintas do Vilar e em muitas outras localidades. Em Baçal, já houve dias em que os bombeiros tiveram de transportar água duas vezes por dia.
A Câmara Municipal de Bragança accionou o plano de emergência municipal no passado dia 24 de julho. Na primeira fase o plano prevê a redução para metade na rega dos jardins públicos. Mas podem ser implementadas medidas mais drásticas. Nesse caso está proibida a rega de todos os jardins privados e a lavagem de viaturas, suspensa a rega de todos os jardins da cidade e há imposição do chamado tarifário proibitivo, a partir dos dez metros cúbicos de consumo.