No primeiro dia das 11as Jornadas Técnicas Internacionais de Resíduos (11JTIR), promovidas pela Associação Portuguesa de Engenharia Sanitária e Ambiental (APESB), o vereador da Câmara de Lisboa Carlos Castro aproveitou a ocasião para revelar alguns projetos da Câmara no âmbito da Economia Circular, destacando que a temática é também um desafio para o município.
A “escassas semanas” de Lisboa ser “Capital Verde”, o responsável sublinha que o setor dos resíduos assume um “peso fundamental” nesse campo, ressalvando que todos os projetos desenvolvidos na cidade prendem-se à“consciencialização da reutilização”, seguindo a lógica da reciclagem”. De facto, “já mudámos o paradigma dos aterros”, refere, relevando o papel da Economia Circular “no desenvolvimento das condições da reutilização de reciclagem”. Nesta matéria, Carlos Castro não tem dúvidas de que “compete a cada um de nós, nos nossos locais, fazer o trabalho que nos diz respeito”, precisa.
Outro projeto ambicioso é chegar ao fim de 2020 com “quatro mil combustores domésticos distribuídos” pela cidade, afirmando que, neste momento, “já distribuímos 1.200 combustores”, seguido de várias formações. Embora “não seja um trabalho fácil”, o responsável indica que “é um projeto bem recebido” e ajuda naquilo que é a “consciência das famílias”, alcançando assim todas as idades sobre a temática. Desde 2007 que a Câmara de Lisboa implementou a recolha de biorresíduos, começando nas recolhas de jardim e depois pelos estabelecimentos comerciais, alcançando uma grande satisfação por parte de todos. No entanto, Carlos Castro destaca a ambição de alcançar mais pontos. Nas próximas semanas, vão proceder ao “primeiro passo de recolha porta a porta dos biorresiduos no Lumiar”, adianta Carlos Castro, deixando o objetivo de, “até 2024, termos a capacidade de ter toda a cidade coberta”. Dentro desta panóplia de projetos, o vereador salientou que, no próximo ano, “vamos terminar de forma definitiva com o plástico de utilização única”, de forma a combater o desperdício e gerar mais resíduos.
Do ponto de vista do Ciclo da Água, a cidade de Lisboa está a assumir profundas alterações daquilo que é a sua “reutilização” com projetos-piloto já implementados, começando a “utilizar a água reciclada em prol da comunidade”, de forma a “não desperdiçar a água potável para utilizações que são necessárias para o dia-a-dia”, existindo, cada vez mais, a “consciencialização deste bem escasso”, acrescenta.
Ainda dentro da matéria da Economia Circular, Carlos Castro destaca o “desperdício alimentar” onde a Câmara tem dado passos afirmativos. “Valorizamos a questão de procurar reaproveitar aquilo que são os desperdícios alimentares produzidos” na cidade, tendo já conseguido, nos últimos anos, a “distribuição de cerca de dois milhões de refeições” que teriam sido desperdiçadas. Este “aposta” assegura um impacto positivo no ambiente, onde “conseguimos poupar cerca de quatro toneladas de CO2 que não foram emitidas”, não esquecendo o “peso fundamental” que tem na área social. Nesta matéria, o responsável destaca a preocupação em que haja uma “visão holística e mais abrangente” alcançando resultados positivos não só ambientais mas também sociais e económicos.
Relativamente ao setor energético, Carlos Castro salienta que, nesta matéria, a capital já é uma referência. “Temos a nossa frota ligeira 100% elétrica ou híbrida”, acreditando que esta “mudança” seja mais consumida na generalidade. A “dar passos certeiros” nesse sentido, o vereador destaca que, em breve, serão instalados um conjunto de painéis solares com capacidade para “abastecer tudo aquilo que são viaturas elétricas”. Considerado como um “marco importante”, é o facto de Lisboa estar entre as “seis cidades do mundo com um serviço disponível nas juntas de freguesia de carros de carga pesados elétricos”, acrescenta o responsável. Ainda dentro desta temática, a Câmara de Lisboa, a Carris e a Prio Energia estão a desenvolver um projeto-piloto de forma a “aproveitar os óleos alimentares dos municípios” para serem “transformados em energia”. Face aos objetivos traçados, Carlos Castro considera fulcral prestar uma “visão” que seja “transversal” e não, apenas, “setorial” e que, principalmente, seja “consequente não só com palavras mas também com os atos”.
O vereador destacou todo o trabalho que se tem feito, evidenciando que ainda “há mais campos para ultrapassar” e as metas só serão estabelecidas com “eventos deste género”, onde haja “trabalho em rede”, criando condições em “prol do nosso planeta”.