Depois de anos de negociação, os 193 países reunidos na Conferência das Alterações Climáticas (COP21) devem chegar a um acordo que irá mudar a política de combate às alterações climáticas em todo o mundo. O setor energético, que representa dois terços das emissões globais, é um dos assuntos com maior prioridade de ação para que seja possível manter o aumento de temperatura global do planeta abaixo dos 2ºCelsius. Pela primeira vez numa Cimeira sobre as alterações climáticas, o foco está também nas energias renováveis. Para que o Acordo de Paris seja um sucesso, tem de incluir um compromisso de eliminação gradual da produção de energia por combustíveis fósseis e a introdução progressiva de 100% de energia renovável. O acesso a energia sustentável deve ser garantido a todos os cidadãos do planeta, processo que deve ocorrer o mais cedo possível, mas o mais tardar em 2050, segundo explica uma nota envida pela Coopérnico, a primeira cooperativa de energias renováveis em Portugal.
Paralelamente a estes objetivos, cada país deve elaborar um plano nacional estratégico no sentido de transitar rapidamente do modelo de crescimento económico vigente, dependente do carbono, para um modelo de desenvolvimento sustentável, que garanta a descarbonização completa das respetivas economias até 2050. Para que isto seja possível, é necessário acabar com os apoios financeiros públicos aos combustíveis fósseis e assegurar a sua transição para a eficiência energética e as energias renováveis.
Portugal no pódio das energias renováveis
No que respeita a Portugal, um país pioneiro na adoção das energias renováveis, o Quadro Estratégico para a Política Climática (QEPiC) traça como objetivo as energias renováveis representarem 40% do consumo de energia até 2030. Portugal nos últimos anos tem tido resultados excelentes na produção de energia por fontes renováveis, refere a cooperativa. Em 2014, as fontes renováveis foram a principal fonte de produção de eletricidade em Portugal, representando 62,7% do consumo.
Para que Portugal continue a crescer em termos de produção renovável é necessária a aposta na micro-produção, no autoconsumo e na produção descentralizada, onde os consumidores são também produtores. É este reinventar da produção renovável que também está em discussão na COP21.
Ações sobre energias renováveis durante a COP21
A RESCoop.EU irá promover um seminário, no dia 10 de dezembro, para lançar um modelo de negócio como uma solução viável para combater as alterações climáticas. A RESCoop.EU é a Federação de Cooperativas de Energias Renováveis Europeias, da qual a Coopérnico faz parte e é membro fundador.
A Agência Internacional de Energias Renováveis (IRENA) irá também promover um conjunto de debates sobre o setor energético e o papel fundamental das energias renováveis para um mundo longe das consequências mais drásticas das alterações climáticas e mais seguro em termos energéticos.