A seca severa ou extrema afectava já 79% do território continental no final de Julho, segundo o Instituto Português do Mar e Atmosfera (IPMA), que admite que a situação se intensifique tendo em conta a época do ano.
O último boletim climatológico do IPMA indica, ainda, que os restantes 21% do território nacional estavam em seca fraca a moderada. Em 31 de julho, segundo o índice meteorológico de seca PDSI, que tem em conta os dados da quantidade de precipitação, temperatura do ar e capacidade de água disponível no solo, a situação de seca mantinha-se em todo o território, verificando-se um ligeiro aumento nas classes de seca severa e extrema face ao mês anterior. “Tendo em conta a época do ano, é expectável que a situação de seca meteorológica se mantenha ou intensifique”, salienta o IPMA.
Julho foi um mês quente e seco com valores da temperatura média na ordem dos 23,2 graus, superiores ao normal, e da temperatura máxima na ordem dos 30,4 graus, o nono valor mais elevado desde 1931 e o quinto mais alto desde 2000. A temperatura mais elevada foi registada no dia 16, em Mirandela, em Bragança, quando os termómetros chegaram aos 42,1 graus, enquanto a mais baixa, 5,9 graus, ocorreu no dia 2, em Montalegre, em Vila Real.
Segundo o Sistema Nacional de Informação de Recursos Hídricos (SNIRH), a quantidade de água armazenada em Julho desceu em todas as bacias hidrográficas de Portugal continental, comparativamente com o mês anterior. Das 59 albufeiras monitorizadas, sete apresentavam disponibilidades hídricas superiores a 80% do volume total e três tinham disponibilidades inferiores a 40%.